ITBase / WareGuest - Como tirar partido da Meteorologia para uma melhor Gestão Hoteleira?

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Como tirar partido da Meteorologia para uma melhor Gestão Hoteleira?

Publicado a 19 OUTUBRO'17, por NUNO ANTÓNIO em Operações Hoteleiras, Inovação, Gestão

Na continuação dos posts anteriores sobre as diversas fontes de dados que estão à disposição dos hoteleiros para reunir informação importante na hora de tomada de decisão, venho agora falar-vos da meteorologia, algo que todos os hoteleiros sabem intrinsecamente que tem impacto na atividade, mas de que muito raramente tiram partido.
Apesar da meteorologia não ter o mesmo peso na procura que outros fatores já abordados – como a reputação social, o preço ou a localização – pode ainda assim, em algumas alturas do ano, desempenhar um papel importante. Inclusivamente, segundo um estudo científico levado a cabo em 2013 onde foram analisados mais de 20 anos de dados, os efeitos da meteorologia na performance da industria hoteleira tem impactos económicos tanto a curto prazo como a longo prazo. E este estudo demonstra ainda que esse impacto não se restringe a destinos onde o clima é considerado uma atração. De acordo com o mesmo, apesar de tanto as temperaturas mais amenas e quentes como a precipitação terem um impacto positivo ao longo tempo na generalidade dos destinos, a precipitação é mesmo, na maioria, o fator meteorológico com maior impacto económico negativo. A curto prazo, a precipitação pode mesmo ser um catalisador da procura, especialmente para clientes de uma localização geográfica próxima da unidade hoteleira, como é o caso de unidades hoteleiras em Portugal que têm tendência para nos meses de inverno e primavera – momentos onde há pouca ou nenhuma precipitação – ter uma maior procura por parte de clientes portugueses e espanhóis do que noutras ocasiões. Por outro lado, em alturas em que é previsto o aumento de precipitação também aumentam o número de cancelamentos ou diminui a duração de estadia. Se aliado a fins-de-semana, feriados ou as chamadas 'pontes' a influência deste fator pode até assumir proporções maiores.
 
De notar também que este impacto não se resume ao alojamento e número de reservas, bem pelo contrário. Por exemplo, se há previsão de muita precipitação, provavelmente os clientes poderão ficar mais no hotel e usufruir de um maior número de serviços, como o SPA, os restaurantes, bares, etc. pelo que o staffing desses departamentos pode e deve ter em conta tais situações. 
 
A realidade é que são inúmeras as API (Application Programmable Interface) que permitem o acesso automatizado ou semi-automatizado a dados meteorológicos, nomeadamente à previsão de precipitação, queda de neve, temperatura, humidade, vento, entre outros. Muitas, como a WeatherUndergound, a  AccuWeather ou a DarkSky, possuem mesmo níveis de acesso gratuito, pelo que não há razão para que os hoteleiros não utilizem de forma sistemática, a metereologia como uma variável importante nas suas decisões táticas.

 

Sobre o Autor

Nuno António

CTO na ITBase / WareGuest, com um extenso currículo que vai do Ensino Superior à Consultoria de TI e desenvolvimento de software, é perito na análise e estimativa de requisitos para desenvolvimento de aplicações informáticas. Possui um forte grau de especialização em Gestão Hoteleira e Retalho e frequenta atualmente o Doutoramento em Tecnologia e Ciências da Informação.

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